O diabetes mellitus constitui um grupo heterogêneo de doenças que tem como denominador comum a hiperglicemia decorrente da resistência à ação da insulina, secreção insuficiente deste hormônio, ou amb
Data: 23/05/2025 11:40
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Conceito
O diabetes mellitus constitui um grupo heterogêneo de doenças que tem como denominador comum a hiperglicemia decorrente da resistência à ação da insulina, secreção insuficiente deste hormônio, ou ambos. É também associado a distúrbios do metabolismo lipídico e proteico. É distúrbio prevalente, acometendo cerca de 7% da população brasileira. Suas principais formas são o diabetes tipo 1, quando existe deficiência absoluta de insulina, e o diabetes tipo 2, caracterizado por resistência à insulina com insuficiente elevação compensatória da secreção desse hormônio.
Diabetes tipo 1
Compreende cerca de 5% a 10% dos casos de diabetes, resultando da destruição autoimune das células beta-pancreáticas. Os principais marcadores imunológicos do comprometimento pancreático são os anticorpos anti-ilhota, anti-insulina e antidecarboxilase do ácido glutâmico e estão presentes em 90% dos pacientes por ocasião do diagnóstico. Ocorre habitualmente em crianças e adolescentes, mas pode manifestar-se também em adultos, geralmente de forma mais insidiosa. Pacientes com essa forma de diabetes necessariamente dependem da administração de insulina.
Diabetes tipo 2
É caracterizado por resistência à insulina e deficiência relativa da secreção do hormônio. Com o passar do tempo, principalmente nos casos mal controlados, ocorre falência progressiva das células beta-pancreáticas, levando à insulinodependência. Raramente a insulinopenia pode estar presente ao diagnóstico. Muitos pacientes com diabetes tipo 2 apresentam obesidade centrípeta, que se associa ao aumento da gordura visceral, intimamente relacionada à resistência à insulina.
Quadro clínico
As manifestações clínicas do diabetes mellitus são divididas em agudas e crônicas.
As manifestações agudas decorrem da hiperglicemia, que leva a poliúria, polidipsia, turvação visual, astenia, prurido vaginal e, dependendo do grau da deficiência insulínica, emagrecimento, cetoacidose diabética e coma hiperosmolar.
Já as manifestações crônicas decorrem das micro e macroangiopatias, com retinopatia, proteinúria, insuficiência renal, neuropatia sensitiva e motora, neuropatia autonômica e quadros isquêmicos coronários, cerebrovasculares e de vasos periféricos, principalmente dos membros inferiores.
Tratamento
A dieta constitui a base do tratamento de qualquer forma de diabetes. Ela deve ser balanceada, contendo cerca de 50% a 60% de carboidratos, principalmente complexos e de baixo índice glicêmico, 30% de gorduras, com predomínio de mono e poliinsaturadas, e 10% a 20% de proteínas. Deve ser distribuída em pelo menos cinco refeições ao longo do dia, e seu valor calórico visa levar o diabético ao seu peso ideal. Pacientes com controle metabólico adequado se beneficiam de exercícios físicos.
Referência
FRÁGUAS, Renério; SOARES, Simone Maria de Santa Rita; BRONSTEIN, Marcelo Delano. Depressão e diabetes mellitus. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 36, p. 93-99, 2009.